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ser

terça-feira, 30 de março de 2004


Sou um morcego adormecido na tua boca,
sou um véu que esconde as mentiras doces tuas,
sou um triste olhar que te vislumbra,
sou a cama negra nossa em que te deitas,
Sou a chuva fria que te molha de razão,
sou a estranha sensação ao cimo da barriga,
sou aquela borboleta que anunciou a breve morte,
sou a cigana que de ira te fez chorar,
sou uma viagem paga ao inferno que é meu,
e tu vens comigo.


(ana sofia de eça)

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14:10
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boneca-mãe

segunda-feira, 29 de março de 2004





(irma e iuri)

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00:49
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(razão pela qual te odeio)

domingo, 28 de março de 2004


É que por cima de mim só o inferno, amor meu.
Estou presa nesta jaula porquê?!
Que me fizeste?

Insana...

Dentro dos meus vasos sanguíneos correm alfinetes.
Sou de mim rasgada.
Sou espancada, morta, dilacerada.
Todos os meus poros incendeiam.

Nada mais sou senão maldade carbonizada.
Sanguessugas passeiam no interior do meu encéfalo.
Deitas-lhes as unhas,
qual mãe que protege a sua cria,
e fico sem cabeça! Tudo explode!
Corpo em festa!

Restam-me os olhos verdes irados.
Resta-me o sexo trémulo de medo.

Estilhaços. Fragmentos.

Sigo a mil batimentos por hora.
A sequência cruel de slides que não pára;
Um. Dois. Três. Quatro. Cinco.
Seis!
Seis!
Seis!

Rostos cadavéricos que me arrastam,
fadas nocturnas, bruxas, grafite queimada,
filhas do diabo.
Ouço...

Ai, os outros!
Sigo-os a todos, cheiro-lhes a fome.

Voltam-se...
Olham-me nos olhos e, um a um,
desfazem-me de mim.

Será prazer ou angústia?
Sou uma filha das trevas, filha da peste!
Jorro sangue pelas pupilas,
jorro indecência pelo sexo.

Nada mais terás de mim.


(ana sofia de eça)

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21:03
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otomana

quinta-feira, 25 de março de 2004



23:52
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manhãs (de hoje não)



hoje: não.
hoje: não.

tempos houve
em que quis desaparecer
como água
dentro de água.

hoje: não.
hoje: não

desejo apenas que
o mundo esteja
em todos os instantes.

que as palavras, suspensas,
mergulhem nos dedos
onde a noite mora.

que ao deitar-me
esses mesmos dedos de silêncio
habitem os meus gestos.

hoje: não
hoje: não

dói-me a cabeça.
desejo apenas que os meus olhos,
também eles,
de qualquer maneira,
amanheçam.

hoje: não
hoje: não


(margarida)

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19:09
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no quarto de júlia

terça-feira, 23 de março de 2004


a culpa é de quem
se escondeu atrás da cortina de fumo
segredando a mentira
que em ti encolhia

a culpa é minha
que revelei o lume na seda de ninguém
negando o sono
que em mim julguei

a culpa é de quem
acreditou que era possível suster o olhar
carregando o fado
que em ti crescia

a culpa é tua
por renunciares o mar e aceitares o tédio
abraçando o silêncio
que em nós morria

no quarto de júlia
os relógios param
sossegando o tempo
e o amor colhido na árvore

no quarto de júlia
há uma boneca de trapos
que esconde histórias
de outros palácios

a culpa é de quem?
a culpa é minha.
a culpa é de quem?
a culpa é tua.
tua e minha .


(rui)

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18:01
| 0 linha(s)

imp@ssibilidade

bem tenho tentado
não estropiar o nosso amor
não gemer
não ceder

o amor
experimental
ou total
banal
casual

trago-me doente
nascem flashes de ti em mim
é-me arriscado o ofício do respirar
sem encontrar o teu cheiro
em cada salto de batráquio
cego
desses que levam memórias de pele
para toda a parte


(iuri)

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14:08
| 0 linha(s)

anabela duarte | delito

sábado, 20 de março de 2004


tenho uma pasta onde guardo trinta discos. não estarão lá, exactamente, as trinta rodelas mágicas mais importantes para mim, mas perto disso. ao folhear a pasta, encontrei na 2ª página o delito. peguei no disco, coloquei-o subtilmente no meu leitor de cd's, e prossegue, ainda agora, mais uma daquelas sensacionais viagens por canções enormes e tão raras. nada mais reconfortante do que o caminho começar com gestos e olhares subtis. estranho, para mim, ter sabido o porquê de subtilmente. um imaginário distante daquele que, durante quatro anos, pensei ser o da canção. há, no entanto, os pontos que se cruzam e é aí que está a essência entre o real e o imaginado. esta é daquelas canções prodigiosas, e, para nós é um prazer tão grande transportá-la para o nosso universo vagaroso e de melancolia acústica. só que o 'delito' prossegue - e quando alguém diz algures entre o sexto e o sétimo minuto de um disco que 'morrer de amor é mais bonito', faz-me sentir que o planeta phado é não só um fado futurista, como também o transbordar das lágrimas e da saudade, que partem do tejo para chegarem ao cyber-espaço. e é daí que partimos para aterrarmos nas profundezas do teatro antigo, onde o registo lírico de loosin yelav nos conduz para um cenário de gala, ao lado do cabaré cinemático de visão lynch, que nos guia por um imaginário de fantasmas e visões. segue-se o regresso a casa, com o tejo como pano de fundo, entre sinto em mim e alfama, pedaços maiores do avant-fado, intervelados pelo 'new wave' de murmúrios, adornado por fragmentos de zoofonia vocal. segue-se mangissa, e, novamente, os fantasmas e um ambiente ainda mais cortante do que em visão lynch, que encontra em ela ela a saída - a fuga é 'ela', a alucinação. com ecran reabre-se a porta da melhor pop portuguesa 80, que se fecha logo a seguir, para a recriação, entre o cabaré e o lírico, de dois clássicos: salomon song, de weill e brecht, e lili marleen, de schultz e leip. depois da viagem até ao passado, o regresso ao futuro: asiaousi, onde se percorrem outros caminhos sobre o new wave, repleto de variações vocais e com direito a incursão pelo oriente. tudo isto antes do esplendor de l'amour va bien, merci. algures a meia luz, entre a doçura e a loucura do quarto cálido e dos lençóis de seda, num enxambrar de emoções transcendentais, da melhor canção, alguma vez feita em portugal, em língua francesa. até que chega o delito final: anabela duarte despede-se de nós a cantar no chuveiro. imagem voluptuosa para um final grandioso - como todo o disco.


(rui)

anabela duarte: http://anabeladuarte.pt.vu/

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09:21
| 1 linha(s)

a tua cara não me é estranha

Vem com traços de morte
e traços de vida, olhos, nariz,
lembrava-me ao longo do tempo
tudo o que fiz e não fiz

A tua cara conhece-me
de qualquer lado.
A tua cara não me é estranha.

Mostro que não sei nada de nada,
é mesmo coisa difícil indicar o norte.
Um dia terei uma vaga lembrança
e responderei ao meu nome com um número.

Devo ser daqueles que
nos últimos instantes da vida
olhando a última cara
sobre eles debruçada pensarão
esta cara não me é estranha.


Hélder Moura Pereira ('Esta cara não me é estranha', 2003)


(rui)

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08:20
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claudicação

sexta-feira, 19 de março de 2004



14:03
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a esquina do medo

#5

quase sem repararmos o tempo passou, a chuva é que não. uma porta palpita insistentemente o frio que estala as nossas palpebras insensiveis. não temos por quem chorar - no entanto, adormecemos semi-afogados num sinuoso vale de lágrimas. a coragem dissolveu-se num infinito distante na nossa memória que rememora a primeira porta trancada daquele dia. a luz apagou, acendeu-se o medo - na primeira esquina, ao respirar o fumo de uma fábrica de enlatados. espera-nos outro reflexo esquivo numa rua sem nome, num rosto sem passado. hoje, está tudo distante de ti. e de mim. mudamos os dois, só que somos ainda os mesmos. a chuva passou, o sol é que nunca mais voltou.

#4

gostavas de passear pelo teatro à sexta-feira. encolhias um cigarro entre os dedos, arremessando o faz-de-conta contra as paredes, no espinhoso pressentir dos passos confusos que te conduziam paulatinamente ao camarim do teu coração. procuras uma explicação na retaguarda das palavras vagarosas, e aí, quase sempre, a música subia de tom. eram instrumentos desconcertados que saltitavam inconstantes na tua cabeça. golpeavas o escuro do beco em que te escondias, sabendo que o amor caminhava em sentido contrário ao da voz que ecoava na sala da tua espera. a desordem é bem mais do que o levitar da insónia que nos acompanha quando caminhamos pela cidade despejada. somos só passageiros estranhos de uma viagem que termina onde tu quiseres. eu sempre preferi os jardins - tu não.


#3

as canções crescem na sombra dos vícios que se tornam regras. desconhecemos o movimento em redor da fogueira das almas que envelhecem com o dissolver dos anos e dos círculos. há sempre alguém que nos espera no fim da trémula viagem por entre as sombras vadias que empalidecem os ombros. vi uma flor pendurada nos teus olhos, enquanto o bolor cresce sobre o copo que amarrotou o amor. não penso que sejam os carris a transparecer o destino numa sina de segundos escassos. gostavamos da harmonia dos relógios parados, esquecidos na cicatriz que oculta um tumulo de verdades, segredando mentiras.


#2

alguém partiu e nem deixou um sorriso. olvidou o teu coração, pisou-o, pontapeou-o e viu-o desaparecer no horizonte. ainda acreditavas nos sonhos, os mesmos que rabiscavas nas telas que escondeste no sótão de ti. o coração renunciou o mar, cingiu-se ao tédio do espaço minúsculo em que te enclausuraste. as bonecas da tua infância esperançosa escapam-se entre os teus dedos. pode ser a inocência perdida ou, simplesmente, a vertigem dos passos roubados. os beijos quebraram-se como as fotografias ignóbeis do embuste em que acreditaste. o teu sorriso desapareceu na penumbra dos cacos do bibelot que eu vi estilhaçar no chão do teu quarto. alguém tentou suste-los só de olhar. só que ninguém conseguirá fazer com que voltes a ser menina. porque nunca deixaste de o ser.

#1

o medo acompanha-nos em cada vértice da nossa existência, em cada pedaço da saudade que guardamos nas algibeiras, em cada murmúrio que reivindicamos sobre as nossas almofadas. carregamos connosco esse fado - o primeiro de muitos - que nos encarcera, sobretudo quando trocamos os passos da valsa. esgotam-se os três tempos: a cada história repisada, a cada beijo fingido, a cada gesto enganado. o tempo embriaga as memórias da dor que trazemos cá dentro em cada silêncio em memória dos que partiram e não voltam.

#0

silêncio em memória dos que partiram e não voltam .


(rui)

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03:34
| 1 linha(s)

infuso

quinta-feira, 18 de março de 2004


o fascínio fugiu
(partir é o que ressoa na minha cabeça)
bem o posso ver nos teus olhos
ouvi-lo no teu sorriso
sentir o teu toque e perceber
que o fascínio se foi

o encantamento da dor foi um fim
quando novo, o tempo transforma-se
num relógio de céu


(iuri)

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15:51
| 0 linha(s)

acto de salão

quarta-feira, 17 de março de 2004



12:59
| 0 linha(s)

cais de veludo | desenho animado



cais de veludo | desenho animado | ao vivo em alfama [2002]


(rui)

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02:12
| 0 linha(s)

desenho animado



vila do conde, 23 de julho de 2001



esta é o papel onde foi escrita a minha primeira canção, que acabou por ser uma das primeiras de cais de veludo, até porque surgiu antes do nascimento da banda. chama-se desenho animado, já não a tocamos há bastante tempo, mas foi uma das nossas primeiras marcas. uma canção simples, dedicada à infância, aos quartos flutuantes e a um dos heróis do cais: o pequeno marco. por isso, e também por questões autorais, acabou por ser rebaptizada: desenho animado (o pequeno marco) .


(rui)

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00:42
| 0 linha(s)

rapaz-maca

terça-feira, 16 de março de 2004



15:42
| 1 linha(s)

entre o olhar

segunda-feira, 15 de março de 2004


cavalo deitado ao meu lado
enquanto escrevo

guitarra despida estende a correia
como cordão umbilical
que @ rat@ das mil folhas puxa
e aconchega no papo
como embrião

coração monotrópico
sentado sobre o gato
sentado sobre as matemáticas
deixa a descoberto um ostíolo
pelo qual se esgueira fremente
o teu dedo de menina estéril


(iuri)

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10:45
| 2 linha(s)

porta~dor

domingo, 14 de março de 2004



19:46
| 0 linha(s)

...

sábado, 13 de março de 2004


chegar a um cais e descobri-lo de veludo .
chegar depois, chegar tarde - mas ainda a tempo, sempre a tempo .

(rita)

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15:57
| 0 linha(s)

a primeira linha

faz exactamente hoje, dia 13 de março de 2004, dois anos e meio que conheci o iuri. não terá sido o primeiro passo, mas sim o decisivo para o início do cais de veludo, nove dias depois da noite mágica do tamariz.

quando eu e o andré avançamos para o cais, na tarde de 22 de setembro de 2001, não o sabiamos ainda de veludo. faltavam ainda o iuri e as anas - catarina e cristina -, que, pouco depois, se juntaram a nós, e o gonçalo e a andreia - presente desde o início - que completaram a banda, que, acima de tudo, foi sempre um grupo de amigos, alargado a um conjunto de pessoas que nos deram a alegria e o prazer de nos acompanhar nesta aventura - aquém e além canções.

ao fim destes dois anos e meio muitas histórias podemos contar, das mais bonitas às mais tristes. recordações mágicas da noite do concerto de alfama, com uma sintonia plena com as pessoas que lá estavam, num momento para o qual, ainda hoje, não encontro palavras, de encontro ao de braga, por exemplo, onde o nitido nulo se transformou em raiva, fúria ou doce loucura. e, claro, a magia do encontro com mais alguém que se identifica com as nossas canções e que se junta ao grupo. é esse, muitas vezes, o bálsamo que colora as nossas vidas, que também foram mudando ao sabor da melancolia das nossas canções.

hoje, já não estamos todos juntos no cais. as janelas e as portas abriram-se e a vida continuou. permanecemos nós, as canções e a bem portuguesa saudade, tão presente em nós, que coloca nas gavetas da nossa memória pequenos pedaços dos momentos mágicos que vivemos juntos.

e, pouco mais de um ano depois de nos ter surgido a ideia, surge a linha geral que vem completar o nosso pouso virtual. são linhas sobre o cais, que começam em nós, mas estão muito longe de se esgotar nos nossos umbigos. porque este será um espaço do cais, de quem dá voz e música às canções, mas também de todos que formam a aura de veludo, que é a alma do cais do veludo.

é neste espaço que esperamos, a partir de hoje, dar a conhecer mais um pouco de nós e do que vamos fazendo, não esquecendo o reviver e desfiar das memórias, ao mesmo tempo que se abraça o presente e projecta o futuro. e, claro, lançar propostas sobre o que ouvimos, vemos ou lemos, porque permanecemos atentos e com vontade de criar, cem canções depois.

e, como sempre o dissemos, as nossas referências são vastas. passam não só pela música que ouvimos e gostamos, como também pelas pessoas com quem convivemos e pelo quotidiano no qual estamos inseridos, daí que daqui poderão vir a sair mais canções de veludo.

os putos voltaram a sair à rua e a sonhar com estrelas caídas, como quem foge em busca do sonho perdido..

é esta a linha geral sobre o cais .


(rui)

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06:49
| 0 linha(s)