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a esquina do medo

sexta-feira, 19 de março de 2004


#5

quase sem repararmos o tempo passou, a chuva é que não. uma porta palpita insistentemente o frio que estala as nossas palpebras insensiveis. não temos por quem chorar - no entanto, adormecemos semi-afogados num sinuoso vale de lágrimas. a coragem dissolveu-se num infinito distante na nossa memória que rememora a primeira porta trancada daquele dia. a luz apagou, acendeu-se o medo - na primeira esquina, ao respirar o fumo de uma fábrica de enlatados. espera-nos outro reflexo esquivo numa rua sem nome, num rosto sem passado. hoje, está tudo distante de ti. e de mim. mudamos os dois, só que somos ainda os mesmos. a chuva passou, o sol é que nunca mais voltou.

#4

gostavas de passear pelo teatro à sexta-feira. encolhias um cigarro entre os dedos, arremessando o faz-de-conta contra as paredes, no espinhoso pressentir dos passos confusos que te conduziam paulatinamente ao camarim do teu coração. procuras uma explicação na retaguarda das palavras vagarosas, e aí, quase sempre, a música subia de tom. eram instrumentos desconcertados que saltitavam inconstantes na tua cabeça. golpeavas o escuro do beco em que te escondias, sabendo que o amor caminhava em sentido contrário ao da voz que ecoava na sala da tua espera. a desordem é bem mais do que o levitar da insónia que nos acompanha quando caminhamos pela cidade despejada. somos só passageiros estranhos de uma viagem que termina onde tu quiseres. eu sempre preferi os jardins - tu não.


#3

as canções crescem na sombra dos vícios que se tornam regras. desconhecemos o movimento em redor da fogueira das almas que envelhecem com o dissolver dos anos e dos círculos. há sempre alguém que nos espera no fim da trémula viagem por entre as sombras vadias que empalidecem os ombros. vi uma flor pendurada nos teus olhos, enquanto o bolor cresce sobre o copo que amarrotou o amor. não penso que sejam os carris a transparecer o destino numa sina de segundos escassos. gostavamos da harmonia dos relógios parados, esquecidos na cicatriz que oculta um tumulo de verdades, segredando mentiras.


#2

alguém partiu e nem deixou um sorriso. olvidou o teu coração, pisou-o, pontapeou-o e viu-o desaparecer no horizonte. ainda acreditavas nos sonhos, os mesmos que rabiscavas nas telas que escondeste no sótão de ti. o coração renunciou o mar, cingiu-se ao tédio do espaço minúsculo em que te enclausuraste. as bonecas da tua infância esperançosa escapam-se entre os teus dedos. pode ser a inocência perdida ou, simplesmente, a vertigem dos passos roubados. os beijos quebraram-se como as fotografias ignóbeis do embuste em que acreditaste. o teu sorriso desapareceu na penumbra dos cacos do bibelot que eu vi estilhaçar no chão do teu quarto. alguém tentou suste-los só de olhar. só que ninguém conseguirá fazer com que voltes a ser menina. porque nunca deixaste de o ser.

#1

o medo acompanha-nos em cada vértice da nossa existência, em cada pedaço da saudade que guardamos nas algibeiras, em cada murmúrio que reivindicamos sobre as nossas almofadas. carregamos connosco esse fado - o primeiro de muitos - que nos encarcera, sobretudo quando trocamos os passos da valsa. esgotam-se os três tempos: a cada história repisada, a cada beijo fingido, a cada gesto enganado. o tempo embriaga as memórias da dor que trazemos cá dentro em cada silêncio em memória dos que partiram e não voltam.

#0

silêncio em memória dos que partiram e não voltam .


(rui)

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03:34
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1 Linhas:

Anonymous Anónimo escreveu:

Lindo.
A banda Cais de Veludo parece-me muito boa, gostei de todas as músicas que ouvi, apesar de serem poucas as disponiveis. Encontrei este site depois de dar muitas reviravoltas, e consegui as músicas depois de tentar todos os sites onde estavam expostas para download. Gostava de ouvir falar mais da banda, recentes trabalhos, concertos...
Por isso, espero que essa inspiração continue, as músicas são "fodidamente belas".

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