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ausência (que quase diz um nome)

sábado, 25 de novembro de 2006


indagamos juntos o silêncio.
a aurora trespassou
as cortinas púrpura
e abrasou os sentidos.
a estrada despertava-nos
como se… sibilasse:
sozinhos – eu e tu.

do outro segmento do traço contínuo,
o jaime imerso
no seu coração
vociferava:
mais vale só do que
sozinho (no meio da multidão)

tu porfiavas o calcanhar do vento,
enquanto que mil e uma vozes
rumorejavam a ausência…

que quase diz um nome.
o meu não, o meu não, o meu não, o meu não.

(que quase diz, que quase diz um nome, que quase diz, que quase diz um nome)
(o da sombra, que na gare, depois do mar e antes da ida, arremeda os dias).

(rui)

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15:25
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quando acabar

sexta-feira, 24 de novembro de 2006


quando acabar
resistirá sempre uma dúvida:
o que é verdade?
o que foi mentira?
dissipamos o novelo de erros
somamos e subtraímos
o tempo em jogos verbais
se já não chegam as palavras
desfiadas em tristeza escura
estrado de canções novas e velhas
que perduram
mesmo quando a luz e o som
cessam.

quando acabar
resistirá sempre uma angústia:
o que existe?
o que deixou de existir?
os poemas desdobram-se
em múltiplas formas de solidão
onde o respirar omite
os dias de sol e as pequenas coisas
desfiguradas em febre, chuva
e nas lágrimas dos vultos que
crescem nas paredes oprimidas
de saudade
quando os nossos corações
soavam como se fossem um.

quando acabar
despertamos tarde
com a certeza que o nosso
amor não acabou
com a certeza que
o amor acabou.

(rui)

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23:21
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gregory and the hawk | boats and birds

sexta-feira, 17 de novembro de 2006






as mesmas fórmulas de fuga, os mesmos gestos subtis.


if you be my star i'll be your sky you can hide underneath me and come out at night when i turn jet black and you show off your light but you can sky rocket away from me and never come back if you find another galaxy far from here, with more room to fly just leave me your stardust to remember you by if you be my boat i'll be your sea a depth of pure blue just to probe curiosity ebbing and flowing and pushed by a breeze i live to make you free but you can set sail to the west if you want to and past the horizon til i can't even see you far from here where the beaches are wide just leave me your wake to remember you by.

gregory and the hawk



(rui)

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15:12
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c'monjesus

domingo, 12 de novembro de 2006



18:49
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nightgown





i write this sitting in the kitchen sink. that is, my feet are in it; the rest of me is on the draining-board, which i have padded with our dog's blanket and the tea-cosy. i can't say that i am really comfortable, and there is a depressing smell of carbolic soap, but this is the only part of the kitchen where there is any daylight left. and i have found that sitting in a place where you have never sat before can be inspiring - i wrote my very best poem while sit­ting on the hen-house. though even that isn't a very good poem. i have decided my poetry is so bad that i mustn't write any more of it.

drips from the roof are plopping into the water-butt by the back door. the view through the windows above the sink is excessively drear. beyond the dank garden in the courtyard are the ruined walls on the edge of the moat. beyond the moat, the boggy ploughed fields stretch to the leaden sky. i tell myself that all the rain we have had lately is good for nature, and that at any moment spring will surge on us. i try to see leaves on the trees and the courtyard filled with sunlight. unfortunately, the more my mind's eye sees green and gold, the more drained of all colour does the twilight seem
.

dodie smith





kafka | her only nightgown

(rui)

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09:22
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whereareyou

sábado, 11 de novembro de 2006



15:22
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seriam dias assim

sexta-feira, 10 de novembro de 2006




i was a soldier in a far off land, the arrow deep in my side, i would return one day my love, to the heaven's we would ride. my body rots while she is weeping, i remain forever sleeping, resting my bones from the daily chores, rest my bones forever more. my body lies in an unmarked grave, my heart remains with the one i love, she's awaiting my return, although i know that will never come. as i decay neath my blanket of earth my heart is yet to be satisfied, a seedling grows on my burial ground, just to wither and die.


as cicatrizes, meu amor:



david thomas broughton | unmarked grave


(rui)

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19:46
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cais de veludo na honeysound

quinta-feira, 26 de outubro de 2006




o cais de veludo juntou-se à família da honeysound, uma livre e informal associação de pessoas ligadas à criação musical, que conta com a colaboração de músicos e entidades de vários locais do país.


artigos relacionados:

O grupo cais de veludo juntou-se, recentemente, ao colectivo honeysound. Música e poesia numa combinação sublime.
no sítio da honeysound


Entre Braga e Corroios... Excelente...não só pela notícia mas também pela recordação de "outra estação", maqueta de 2003 do cais de veludo (Rui Malheiro, voz; Iuri Algarvio, instrumental)...o duo integra agora também o dinâmico colectivo barcelense Honeysound. "outra estação", o intimismo acústico postado sobre um cenário urbano...belo...
em "A Trompa"


e também em Santos da Casa e Rock rola em Barcelos.

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12:56
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há tanta coisa que me prende a ti

domingo, 8 de outubro de 2006







da minha janela vê-se uma espécie muito rara de angústia
tem o corpo que não ousei que me fosse
usa o amor como a origem da sede
e sossega-me contra o peito da alvorada

da minha janela vê-se uma espécie única de medo
chama-se eu mas diz-se tu
e por vezes nós quando prende a vida
a algo tão falível como a vida

da minha janela não se vê mais nada
ouve-se o silêncio contra mim
e chove a morte contra os vidros
por dentro como soa o fim.


pedro sena-lino.



(rui)

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21:44
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100 fanTasmas

segunda-feira, 2 de outubro de 2006




(iuri)

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22:39
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cais de veludo | improvisação sobre o mais

sábado, 30 de setembro de 2006




cais de veludo | improvisação sobre o mais | setembro de 2002

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00:23
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cais de veludo | olhos de silêncio

segunda-feira, 25 de setembro de 2006




cais de veludo | olhos de silêncio | braga, setembro de 2002

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00:20
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clear saturday

quarta-feira, 20 de setembro de 2006



12:41
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our life in rooms

terça-feira, 19 de setembro de 2006



12:19
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cais de veludo no hi5

segunda-feira, 18 de setembro de 2006



22:56
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stop . silence

terça-feira, 29 de agosto de 2006



19:02
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i

segunda-feira, 28 de agosto de 2006




entre iguais

Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar.


antónio ramos rosa.



(rui)

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00:53
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âmago

quinta-feira, 17 de agosto de 2006



fere #2

não vou jogar, nunca gostei de apostar. não vou jogar, apenas quero amar. a~mar.

(rui)

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21:59
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fátima

quarta-feira, 16 de agosto de 2006


fátima #1

fátima #2

três crianças sem dinheiro e sem moral
não ouviram a voz suave que era uma lágrima
e se esqueceram de avisar para todo o mundo
ela talvez tivesse nome: era Fátima.
de repente o vinho virou água
e a ferida não cicatrizou
e o limpo se sujou e no terceiro dia
ninguém ressuscitou...


renato russo.



(rui)

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22:03
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pim pam pum

segunda-feira, 14 de agosto de 2006



18:31
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another song about the darkness

sexta-feira, 4 de agosto de 2006






well you don't fit in, thank god. but you don't know what you've got, so you try to be like them, but you're not. and you're almost dead, almost dead, you're almost dead. and I wish I could hang out up in the sky and be the light to shine you home. so I write another fucking song about the darkness and how you're not alone. you try to find a hole deep enough to lie in. there's comfort in the cold, I know when you're almost dead, almost dead, you're almost dead.



lauren hoffman | another song about the darkness

(rui)

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13:47
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ana salomé | anáfora

quarta-feira, 2 de agosto de 2006


ana salomé | anáfora

ana salomé | anáfora (publicações pena perfeita, 2006)

os sonhos falam, sol maior.

(rui)

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22:11
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janela

terça-feira, 1 de agosto de 2006


janela #4

indagamos juntos o silêncio. a aurora trespassou as cortinas púrpura e abrasou os sentidos. a estrada despertava-nos como se sibilasse drunk with the only saints i know. do outro segmento do traço contínuo, o jaime, imerso no seu coração monotrópico, vociferava: mais vale só do que alone with everybody. tu porfiavas o calcanhar do vento, enquanto que mil e uma vozes rumorejavam a ausência que quase diz um nome. o meu? não, o da sombra, que na gare, depois do mar e antes da ida, arremeda os dias.

(rui)

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22:15
| 1 linha(s)

laços

quarta-feira, 26 de julho de 2006






uma aldeia morreu lentamente, enquanto estava demasiado entretido a crescer. sobejou a solidão e a taciturnidade, apenas refractadas por crivadas de mosquitos minúsculos dispersos entre as flores enternecedoras e a frágil luz nocturna. os laços não se quebram: fortalecem-se por cada lágrima genuína.

(rui)

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13:55
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ofício de amar

segunda-feira, 24 de julho de 2006


casa #1

quem concebeu o mundo não lia romances.

sonhei, demasiadas vezes, percorrer este corredor contigo. nas minhas costas indagam duas nações estremadas por um rio sórdido, que, em tempos não muito distantes, cevou os meus estios. à minha frente, entre a ténue possibilidade de sentir e as deambulações oblíquas que encaminham ao poema inacabado, subsistem duas portas e três janelas para uma aldeia em avançado estado de dissociação no fulgor frívolo das máquinas do mundo novo. e tu, em toda a parte, escondida atrás da semente.

(rui)

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22:20
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