
à altura do teu rosto
sexta-feira, 23 de dezembro de 2005
à altura do teu rosto
os meus olhos habitam no silêncio brilhante.
não olho: no concâvo vazio recebo-te
igual a ti, a teu lado,
teu rosto me alimenta
de fraterno orvalho.
tu modelas-me no antigo carinho das únicas
coisas preciosas,
refazes-me na transparência fraternal,
dás-me a forma translúcida da vida,
a sede luminosa em que tudo se renova.
(rui)
os meus olhos habitam no silêncio brilhante.
não olho: no concâvo vazio recebo-te
igual a ti, a teu lado,
teu rosto me alimenta
de fraterno orvalho.
tu modelas-me no antigo carinho das únicas
coisas preciosas,
refazes-me na transparência fraternal,
dás-me a forma translúcida da vida,
a sede luminosa em que tudo se renova.
antónio ramos rosa.
(rui)
Etiquetas: escritos ditos e vivos
nos teus olhos de silêncio
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
a nudez da palavra que te despe.
que treme, esquiva.
com os olhos dela te quero ver,
que não vejo.
boca na boca através de que boca
posso eu abrir-te e ver-te?
é meu receio que escreve e não o gosto
do sol de ver-te?
todo o espaço dou ao espelho vivo
e do vazio te escuto.
silêncio de vertigem, pausa, côncavo
de onde nasces, morres, brilhas, branca?
és palavra ou és corpo unido em nada?
é de mim que nasces ou do mundo solta?
amorosa confusão, te perco e te acho,
à beira de nasceres tua boca toco
e o beijo é já perder-te.
(rui)
que treme, esquiva.
com os olhos dela te quero ver,
que não vejo.
boca na boca através de que boca
posso eu abrir-te e ver-te?
é meu receio que escreve e não o gosto
do sol de ver-te?
todo o espaço dou ao espelho vivo
e do vazio te escuto.
silêncio de vertigem, pausa, côncavo
de onde nasces, morres, brilhas, branca?
és palavra ou és corpo unido em nada?
é de mim que nasces ou do mundo solta?
amorosa confusão, te perco e te acho,
à beira de nasceres tua boca toco
e o beijo é já perder-te.
antónio ramos rosa.
(rui)
Etiquetas: escritos ditos e vivos
t
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
de todos os contos
por nós transformados
em lágrimas tristes
sobra um silêncio
sussurado
no brilho derramado
em escuridão
todos partem
em impulsos irritados
com os olhos costurados
pelas amarras
do objecto
da nossa afeição
todos partem
menos eu
e o estrondear
do teu brado dorido
em mofino fado.
(rui)
por nós transformados
em lágrimas tristes
sobra um silêncio
sussurado
no brilho derramado
em escuridão
todos partem
em impulsos irritados
com os olhos costurados
pelas amarras
do objecto
da nossa afeição
todos partem
menos eu
e o estrondear
do teu brado dorido
em mofino fado.
(rui)
Etiquetas: palavras murmuradas ao ouvido